Covid-19 e o papel decisivo dos governantes
Publicação: 29/03/2020
Eliseu Gabriel ressalta que o momento é de paciência e união de esforços.
Veja como a decisão de governantes pode influir na vida ou morte das pessoas. Só em 27/3, morreram 969 pessoas na Itália, quase todas no Norte do país, na Lombardia e no Vêneto.
A principal cidade da região é Milão, capital da Lombardia. Os governadores dessas regiões são do partido chamado Liga Norte, ultraconservador. O ex-primeiro-ministro, o Matteo Salvini também é dessa linha.
O atual primeiro-ministro é o Giuseppe Conte, do PD (Partido Democrático), progressista. Pois bem, quando começaram os casos, o atual primeiro-ministro, o Conte, determinou a quarentena, que foi seguida em quase toda a Itália, menos na Lombardia, no Vêneto e, muito menos, em Milão.
Na ocasião, o Salvini esbravejou contra a decisão do Governo Italiano, chefiado pelo Conte, dizendo: “ninguém se mete na Lombardia e no Vêneto”. O prefeito de Milão impediu a quarentena dizendo: Milão “maichiude”, nunca fecha! Só lá já morreram quase 5 mil pessoas.
Agora, o prefeito de Milão, depois de milhares de mortos, foi aos meios de comunicação dizer que se arrependeu e pediu desculpas, fez um “mea culpa”! Veja que um duplo comando colocou em risco e está levando à morte milhares de italianos.
É claro que dá uma enorme vontade de voltar tudo ao normal, já que a doença é invisível e é preciso garantir o sustento da família, salvar os investimentos feitos. Mas, nessa hora temos que ter paciência por algum tempo e aprender com o que aconteceu na Itália, especialmente em Milão. O mais importante é salvar vidas!
Só os serviços essenciais como o abastecimento, saúde e alguns outros precisam ser mantidos. Hoje em dia, com a internet, muito trabalho está sendo realizado à distância.
Nesse momento de grave crise, o Governo Federal, que controla a maior parte dos recursos dos impostos que pagamos, deve usar, por alguns meses, o dinheiro que tem com medidas rápidas de apoio aos trabalhadores, às empresas, aos pequenos empreendedores, aos autônomos, aos informais, que já são mais de 40 milhões de brasileiros, e aos mais vulneráveis. Isso já está sendo feito em vários países.
Não podemos continuar com os cortes de gastos na Saúde, Educação, Assistência Social e na Pesquisa Científica. O equilíbrio fiscal e outras questões importantes da economia, agora, podem esperar um pouco. O mais importante é salvar vidas! Temos a chance de aprender com os erros de outros lugares, fique em casa o mais que puder.
Se precisar sair, proteja a você e aos outros.